Por Jonatan Dalmonte

Quem é músico ou técnico de som sabe que o problema da microfonia é, talvez, um dos piores desafios para resolver durante a passagem de som – ou até mesmo durante o show. Geralmente, isso acontece quando o músico quer se ouvir com um bom volume no monitor e, ao aumentar o volume, surge um ruído muito desagradável e alto.

Desde os meus 12 ou 13 anos, quando fazia minhas primeiras apresentações na escola ou em pequenos eventos da minha cidade, já me deparei com esse problema. Como acordeonista, queria ouvir o que eu estava tocando em meio ao som da bateria, do contrabaixo ou da guitarra, e aí surgia a microfonia.

Entendendo como e por que ela acontece, você será capaz de identificar o problema e facilitar seu trabalho como músico. Antes de começarmos a nos aprofundar no assunto, preparei uma live especial sobre passagem de som em nossa página no Instagram. Clique aqui e confira!

Como acontece a microfonia?

O problema da microfonia está, basicamente, relacionado à interação entre o microfone e uma caixa de som.

Imagine que você está com um microfone de voz ligado à sua frente e escutando o som dele por um fone de ouvido. Mesmo aumentando o volume, dificilmente ocorrerá microfonia, porque o som sai direto do fone para o seu ouvido, sem retornar ao microfone.

Agora, quando o som do microfone sai por uma caixa de som ou monitor de retorno, parte desse som pode ser captado novamente pelo próprio microfone. Se o volume for alto, esse som “de volta” é amplificado, captado novamente, amplificado mais uma vez… criando um efeito “bola de neve”. Esse ciclo é o que gera a microfonia.

Em resumo: o microfone começa a captar mais o som do retorno do que o som real da sua voz ou instrumento. Isso também vale para microfones posicionados em frente a instrumentos acústicos como acordeon, violão, violino, entre outros.

Então, o que é esse ruído que escutamos?

Esse ruído é, geralmente, a frequência que a caixa reproduz melhor ou que o microfone mais capta. Ou seja, é a frequência com maior ganho entre o microfone e a caixa. Se ambos forem sensíveis aos agudos, por exemplo, a microfonia vai ocorrer, provavelmente, em uma frequência aguda.

Na figura abaixo, que mostra a intensidade que um microfone capta as frequências sonoras, podemos notar que o microfone tem um pico de captação em 5000 Hz (médio-agudo) – indicado pela seta vermelha. Essa frequência tem alta chance de gerar microfonia.

O ambiente também influencia na microfonia?

Com certeza! Locais fechados ou com muitas reflexões sonoras (tipo “acústica de banheiro”) também contribuem para a microfonia. Nesses ambientes, o som que sai da caixa pode ser amplificado, refletir nas paredes e voltar ao microfone, que o amplifica novamente. E o ciclo se repete.

Ou seja, existe uma interação entre:
Microfone + Caixa de som + Acústica da sala.

Se o ambiente favorece uma determinada frequência (que soa mais alto que as outras), ela será uma forte candidata a causar microfonia.

Na imagem abaixo, as setas vermelhas mostram picos de intensidade em certas frequências. É bem provável que essas sejam as responsáveis por problemas de microfonia.

Por isso, é essencial alinhar corretamente os monitores de palco conforme cada ambiente – garantindo que nenhuma frequência “sobressaia” demais e gere microfonia.

Também sabemos que o violão é um dos instrumentos mais utilizados por músicos que se apresentam em bares, pubs, eventos ou em festivais de rua. Para estes artistas a Harmonik possui captadores dedicados e versáteis, reproduzindo o som natural e cristalino não importa qual seja o tipo de palco. Quer saber mais? Clique aqui!

Mas, se você também se apresenta com acordeon, bandolim, bandoneon e cavaquinho, a Harmonik conta com captadores especiais para cada instrumento. Confira abaixo:

Tecnologia de ponta para acordeon

Jacob e Waldir, a captação exclusiva para bandolim e cavaquinho

Arnold: o som natural para bandoneon

Qual o papel de uma boa captação nessa situação?

Um bom microfone para uso ao vivo precisa ter a capacidade de captar ao máximo o som do instrumento, ao mesmo tempo que rejeita ao máximo o som que vem do ambiente. Isso faz com que o músico consiga ouvir o retorno com um bom volume no monitor sem que a microfonia aconteça. 

Mas por que, então, a microfonia ainda acontece?

Algumas possíveis causas são:

1. Captação inadequada:
O microfone pode não ser próprio para uso ao vivo com volumes altos.

2. Instalação incorreta:
O posicionamento do microfone pode estar errado, captando mais o ambiente do que deveria. Isso aumenta as chances de microfonia. Por isso, a instalação correta vai te ajudar com este problema. Veja este vídeo explicativo!

3. Equipamentos de baixa qualidade:
A má qualidade dos monitores podem não reproduzir todas as frequências de forma uniforme. Algumas acabam soando mais fortes, gerando microfonia.

4. Problemática na acústica do ambiente:
Ambientes muito reverberantes mantêm o som “preso”, fazendo com que os microfones o captem repetidamente, e isso alimenta o ciclo da microfonia.

Portanto, solucionar a questão da microfonia não depende apenas de um bom microfone, de um bom monitor ou de uma boa acústica, mas sim da combinação entre esses três elementos. 

Sabemos que nem sempre é possível contar com todas essas condições ideais, e é exatamente por isso que nós, da Harmonik, projetamos nossos microfones para serem altamente resistentes à microfonia. 

Assim, o músico pode garantir, na prática, o máximo de qualidade no seu som, dependendo o mínimo possível da estrutura do local, da qualidade dos monitores ou da presença de um técnico de som.

Para ficar por dentro de todo um universo feito de músico para músico, a Harmonik gera conteúdos exclusivos nas redes sociais todas as semanas, além de vídeos didáticos sobre nossos captadores em um canal no YouTube. Você é nosso convidado especial para fazer parte deste show!